quarta-feira, 28 de maio de 2014

Tasca Kome by Yuko

Já conhecia o trabalho da Yuko, a mentora e alma do Tasca Kome, a nova tasca japonesa de Lisboa.
De uma forma brincalhona e pretensiosa posso dizer que sou sua discípula. De uma forma mais comedida e real digo apenas que foi com a Yuko que aprendi, o pouco que sei, sobre a elaboração de sushi e outras iguarias japonesas.
No final de 2011, através dos workshops que habitualmente desenvolvia (não sei se vai continuar), fiz a minha iniciação à confecção de sushi, que relatei aquiaqui.
Recentemente fui conhecer o seu novo restaurante, cuja decoração ficou a cargo do seu marido, Yuichi Fukuda, um dos vencedores do  concurso das Sardinhas das Festas de Lisboa do ano passado. Trata-se de uma composição artística que conjuga a sardinha com a carpa Koi. Está exposta numa das paredes do restaurante, assim como os vários cartazes e postais das Festas do Japão em Lisboa, deduzo que também da sua autoria.
 
De bebidas pedimos chá verde e saké. Ambos excelentes.
Sobre a comida, iniciámos com uma saborosa sopa miso.
Avançámos para o takoyaki, bolinhas de polvo fritas, que estava muito bom e foi eleito o prato vencedor da noite.
 
Continuámos com um ceviche de carapau,
 
com um intenso e original uramaki de beringela, cenoura e quiabo,
com um hosomaki de salmão e abacate,
 
e com um macio carpaccio de lírio.
Por fim, antes de passarmos para a sobremesa, comemos umas, muito saborosas, asinhas de frango com molho especial.
De sobremesa deliciámo-nos com uma fatia de bolo de chá verde e outra de cheesecake.
Final perfeito.

Última Station, Cais do Sodré

O filme Lunchbox, referido no último post, termina com a seguinte frase "às vezes o comboio errado pode conduzir-nos à estação certa".
A estação certa foi o Station, uma das novas coqueluches do Cais do Sodré.
É um restaurante, esplanada, bar e club. Experimentámos o restaurante e a esplanada, já que foi aí que fizemos a nossa refeição apesar do dia meteorologicamente bipolar nesta estranha Primavera lisboeta.
A vista é inspiradora, já que a esplanada está mesmo à beira rio, vislubrando-se os barcos e ao fundo a "outra banda".
O espaço interior, pelo menos o piso da entrada, uma vez que não conhecemos de cima, também é bastante agradável.
A comida é de inspiração asiática e apresenta pratos de fusão com origem na Tailândia, Vietname e Japão.
couvert composto por um ceviche de salmão foi o arranque da refeição. Começou bem.
Prosseguimos com umas gyozas de legumes acompanhadas de vinagreta de soja e gengibre, irrepreensíveis na textura e sabor.
De seguida virámos a nossa atenção para o tártaro de salmão com gengibre, soja e cebolinho e chips de wan tan. Impecável.
Sem mais demoras, saboreámos um, bem confeccionado, lombo de pampo envolto em folha de bananeira aromatizado com lemon grass e lima kaffir acompanhado de chutney de coentros e molho thai e arroz jasmin.
Para acompanhar a refeição pedimos ice tea's de manga e baunilha e toranja. Frescos e muito bons.
Encerrámos o repasto com uma sobremesa de abacaxi grelhado com gelado de sésamo preto (soberdo) e lâmina de coco.
De brinde tivemos direito também a dois pedaços de bolo de chocolate fondant, que se apresentou com uma textura cremosa e muito saboroso. Generosidade da casa, que apresentou um serviço eficaz e muito simpático.
Volta-se sempre às estações certas. Até à próxima.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Lunchbox

Bombaim. Cidade grande. Enorme.
Uma mulher, a sentir o seu casamento a escapar-lhe, decide recorrer aos conhecimentos gastronómicos da tia, com o objectivo de reconquistar o marido através da comida.
Sucede que o Mumbai Dabbawallahs, um popular serviço de entrega de comida na cidade indiana, erra a entrega e os pitéus vão conquistar o paladar e coração de outro homem.
É a sinopse de Lunchbox, de Ritesh Batra, filme de encontros e desencontros a partir da comida.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Sabor a Desilusão - Wangfujing

Tinha tudo para correr bem. Para ser um bom programa.
Adoro o ambiente dos mercados.
Deliro com comida de rua.
Vibro com novas experiências gastronómicas.
Tinha coisas diferentes e estranhas aos nossos paladares como estrelas do mar, besouros, aranhas, gafanhotos, escorpiões e cobras.
 
 
 
 
 
 
 
 
Havia coisas também mais normais para os nossos padrões. E que gosto. Como peixe, carne e tofu.
Embora algumas com uma apresentação assustadora e que nos fizeram pensar como conseguiriamos comer sem talheres e prato.
Outras que adoro, mas que não arrisco a comer nestes ambientes. Refiro-me a marisco. Mexilhões, búzios, ostras, vieiras, sapateiras.
 
 
 
 
 
Havia também doces. Alguns mais comuns, outros originais na forma.
 
 
 
E ainda outros que gosto muito.
 
Pois é, tinha tudo para dar certo, mas não deu...
Demos duas voltas ao mercado nocturno de Wangfujing e tivemos sérias dificuldades em escolhermos algo para comer.
Ao contrário da maioria das vezes que vou para estes ambientes, onde cada vez fico com mais apetite, ansiosa e com vontade de comer, aqui foi o contrário. Ia com apetite e gradualmente fui perdendo.
Razões?
O cheiro. Pestilento e muito desagradável foi a maior razão para a perda de apetite.
Não cheguei a perceber a origem do mesmo. Mas posteriormente uma colega perguntou-me "foste ao mercado mal cheiroso?" e percebi que o problema não tinha sido daquele dia e nosso.
A outra razão que me aborreceu e fez com que não comessemos, por exemplo, os bolinhos de ovo da foto acima, foi a esperteza de pedirem o dobro do valor real, para depois aos poucos irem aproximando até ao preço justo.
Assim, ficámo-nos pelos dim sum, que não estavam nada de especial. 
Por uns bolinhos de frango com cebolinho, que estavam bons, e por um gelado frito, também saboroso.

Há momentos assim. Que têm um sabor a desilusão.


Um Toque Manchu

Os manchus são um grupo étnico originários da Manchúria. Foram a última dinastia, designada Qing, a imperar na China, após terem conquistado, no século XVII, o poder à dinastia Ming. A dinastia Qing governou até 1911, data em que surgiu a República da China.
Um pouco mais de um século depois entrámos num ambiente que nos faz recuar, através do paladar, a esses tempos.
Essa experiência gastronómica é possível no restaurante Nàjia Xiaoguan, de inspiração manchu, que apresenta um menu baseado nas antigas receitas imperiais.
Instalado num belo pátio interior de dois níveis, numa atmosfera informal e movimentada, iniciámos a refeição com um aspic de peixe, apresentado com o formato do mesmo, acompanhado de um molho à base de alho. Um dos maiores desafios foi comer este prato gelatinoso com pauzinhos...mas como estava bem interessante não desistimos.
 
Avançámos para um sensaborão pato cozido com amendoins.
E depois para uns muito mais entusiasmantes cogumelos recheados com carne. De acompanhamento de tudo tivemos um arroz cozido ao vapor.
 Por uns tempos sentimos a atmosfera manchu.

Lost Heaven

O Lost Heaven, nas proximidades da Praça de Tiananmen, está inserido num complexo de bons restaurantes.
Aberto, em Pequim, há poucos anos, mas anteriormente já implantado em Xangai, rapidamente foi considerado um dos melhores restaurantes da capital.
Trata-se de um restaurante de cozinha do Yunnan, uma região montanhosa a sudoeste da China, junto à fronteira com a Birmânia.
Num ambiente majestoso, elegante, sofisticado e muito bem decorado com um toque tribal tivemos oportunidade de nos iniciármos e usufruírmos da comida do Yunnan com um toque moderno-criativo.
De bebida optámos pelos sumos naturais.
Na comida, servida numa loiça muito bonita e diversificada, empreendemo-nos por umas fatias de porco irrepreensivelmente fritas, com a pele crocante e o interior macio, acompanhadas de um molho agri-doce.
Deliciámo-nos ainda com um frango com amendoins, alho, cebola e molho de soja com sementes de sésamo. Tudo acompanhado com arroz branco ao vapor.
Concluímos a refeição com um gelado acompanhado de frutas.

Estava tudo perfeito, mas fiquei com vontade de experimentar outros pratos que desfilaram para as mesas da envolvente.
Talvez numa próxima. Em Xangai ou mesmo num regresso a Pequim.