sexta-feira, 1 de julho de 2016

Herdade do Esporão

O céu estava assim.


De um azul perfeito.
O dia apresentava-se magnífico. O quente da Primavera a roçar o Verão fazia sentir-se.
O enquadramento e a paisagem não deixavam espaço para desilusões. Muito antes pelo contrário.



Posicionámo-nos para usufruir de toda a envolvente, numa mesa no exterior, porque as condições exigiam.
Chega o pão, a manteiga envelhecida e o azeite. Apoiados por bases em cortiça, o pão, madeira, a manteiga, e madeira e cortiça o azeite.
Tudo produção da Herdade. Do Esporão. É no seu restaurante, em Reguengos de Monsaraz, sob a batuta do chef Pedro Pena Bastos, que estamos prestes a iniciar a nossa refeição, o menu de degustação Montanheira.


Com a planície alentejana, ponteada por vinha e com a albufeira da Caridade como pano de fundo, começamos a degustar os azeites (Galega, Selecção e Cordovil). Do mais ácido para o mais suave. Óptimos. O pão, crocante e muito delicioso, mostra a elegância e a qualidade da base que o acompanha.

 
 
O flight de vinhos inicia-se. Entram em cena o Monte Velho Branco 2014 e Teste 3.1 Branco 2013, um vinho totalmente biológico.


É com este acompanhamento vínico que saboreamos, regozijamos e deliciamos os snacks que começam a desfilar com toda a classe.
Base de alga nori com creme bacalhau, ovas e funcho. Óptimo início.


De seguida algo que adorei e, inexplicavelmente, não me lembro do que continha. Apenas registo a tinta de choco e a flor comestível...


Beignet de creme de cogumelos silvestres, creme de limão, sal de pinheiro e chá de pinheiro. Com um efeito visual e gustativo divino.


Creme de alho verde, com ervilhas e trufas. Irrepreensível.


Capítulo encerrado com nota máxima.
Iniciamos a próxima fase, a refeição propriamente dita. Surge a cavala com tangerina, pepino e manjerona, que se faz acompanhar por um 2 Castas 2015 e Esporão Reserva Branco 2012. Vence este último na melhor harmonização com este prato fresquíssimo e muito primaveril.


O peixe chega à mesa. Salmonete, courgete, lagostim do rio e mexilhão. Vermelho 2011 e Esporão Reserva Branco 2013 são os vinhos que refrescam este prato.



Será que estava bom? A imagem não engana. Prato muito equilibrado e bem conseguido.
 

Perfeito.
Os pratos de carne: borrego alentejano com alcachofras e alperce ou entrecôte de novilho com raiz de aipo e cebolas.

 
 
Vieram os dois para a mesa. Embora tenha-me dedicado ao segundo, pois borrego é uma carne que não aprecio.
O entrecôte surgiu muito macio e bem acompanhado.
Este prato fez-se acompanhar por dois tintos, Quinta dos Murças Reserva 2010 e Esporão Reserva Tinto 2013.


Como pré sobremesa leite de ovelha com pólen e trigo sarraceno. Tudo para dar errado para o meu lado. Detesto leite. Repulso ovelha. Odeio leite de ovelha. Mas deu tudo certo. Apresentado na forma de gelado, sabor suave e delicado, a contrastar com o crocante do pólen e do trigo.
O vinho que acompanhou esta sobremesa foi uma grande surpresa. Late Harvest 2014. Um verdadeiro suminho de beber e chorar por mais.
 
 
Citrinos com funcho e aveia foi a sobremesa. Parece que foi feita à minha medida, ou não fosse uma amante dos cítricos, aqui na forma de gelado, merengue, pó, espuma.


A acompanhar o espumante Herdade do Esporão 2012.
 

Por fim, enquanto nos deixámos estar noutra parte da esplanada, a absorver a paisagem, chegaram umas delicadezas para fechar a refeição. Brigadeiro, marshmallows, foram alguns dos petits fours.


Um toque que tornou este dia ainda mais doce e saboroso.
Como não agradecer por tudo?