Mostrar mensagens com a etiqueta Pequim. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pequim. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Sabor a Desilusão - Wangfujing

Tinha tudo para correr bem. Para ser um bom programa.
Adoro o ambiente dos mercados.
Deliro com comida de rua.
Vibro com novas experiências gastronómicas.
Tinha coisas diferentes e estranhas aos nossos paladares como estrelas do mar, besouros, aranhas, gafanhotos, escorpiões e cobras.
 
 
 
 
 
 
 
 
Havia coisas também mais normais para os nossos padrões. E que gosto. Como peixe, carne e tofu.
Embora algumas com uma apresentação assustadora e que nos fizeram pensar como conseguiriamos comer sem talheres e prato.
Outras que adoro, mas que não arrisco a comer nestes ambientes. Refiro-me a marisco. Mexilhões, búzios, ostras, vieiras, sapateiras.
 
 
 
 
 
Havia também doces. Alguns mais comuns, outros originais na forma.
 
 
 
E ainda outros que gosto muito.
 
Pois é, tinha tudo para dar certo, mas não deu...
Demos duas voltas ao mercado nocturno de Wangfujing e tivemos sérias dificuldades em escolhermos algo para comer.
Ao contrário da maioria das vezes que vou para estes ambientes, onde cada vez fico com mais apetite, ansiosa e com vontade de comer, aqui foi o contrário. Ia com apetite e gradualmente fui perdendo.
Razões?
O cheiro. Pestilento e muito desagradável foi a maior razão para a perda de apetite.
Não cheguei a perceber a origem do mesmo. Mas posteriormente uma colega perguntou-me "foste ao mercado mal cheiroso?" e percebi que o problema não tinha sido daquele dia e nosso.
A outra razão que me aborreceu e fez com que não comessemos, por exemplo, os bolinhos de ovo da foto acima, foi a esperteza de pedirem o dobro do valor real, para depois aos poucos irem aproximando até ao preço justo.
Assim, ficámo-nos pelos dim sum, que não estavam nada de especial. 
Por uns bolinhos de frango com cebolinho, que estavam bons, e por um gelado frito, também saboroso.

Há momentos assim. Que têm um sabor a desilusão.


Um Toque Manchu

Os manchus são um grupo étnico originários da Manchúria. Foram a última dinastia, designada Qing, a imperar na China, após terem conquistado, no século XVII, o poder à dinastia Ming. A dinastia Qing governou até 1911, data em que surgiu a República da China.
Um pouco mais de um século depois entrámos num ambiente que nos faz recuar, através do paladar, a esses tempos.
Essa experiência gastronómica é possível no restaurante Nàjia Xiaoguan, de inspiração manchu, que apresenta um menu baseado nas antigas receitas imperiais.
Instalado num belo pátio interior de dois níveis, numa atmosfera informal e movimentada, iniciámos a refeição com um aspic de peixe, apresentado com o formato do mesmo, acompanhado de um molho à base de alho. Um dos maiores desafios foi comer este prato gelatinoso com pauzinhos...mas como estava bem interessante não desistimos.
 
Avançámos para um sensaborão pato cozido com amendoins.
E depois para uns muito mais entusiasmantes cogumelos recheados com carne. De acompanhamento de tudo tivemos um arroz cozido ao vapor.
 Por uns tempos sentimos a atmosfera manchu.

Lost Heaven

O Lost Heaven, nas proximidades da Praça de Tiananmen, está inserido num complexo de bons restaurantes.
Aberto, em Pequim, há poucos anos, mas anteriormente já implantado em Xangai, rapidamente foi considerado um dos melhores restaurantes da capital.
Trata-se de um restaurante de cozinha do Yunnan, uma região montanhosa a sudoeste da China, junto à fronteira com a Birmânia.
Num ambiente majestoso, elegante, sofisticado e muito bem decorado com um toque tribal tivemos oportunidade de nos iniciármos e usufruírmos da comida do Yunnan com um toque moderno-criativo.
De bebida optámos pelos sumos naturais.
Na comida, servida numa loiça muito bonita e diversificada, empreendemo-nos por umas fatias de porco irrepreensivelmente fritas, com a pele crocante e o interior macio, acompanhadas de um molho agri-doce.
Deliciámo-nos ainda com um frango com amendoins, alho, cebola e molho de soja com sementes de sésamo. Tudo acompanhado com arroz branco ao vapor.
Concluímos a refeição com um gelado acompanhado de frutas.

Estava tudo perfeito, mas fiquei com vontade de experimentar outros pratos que desfilaram para as mesas da envolvente.
Talvez numa próxima. Em Xangai ou mesmo num regresso a Pequim.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Japonês na China

Pequim, como todas as grandes capitais mundiais, tem também o lado cosmopolita. Esse fica quase todo em Sanlitun. É nesta área da cidade que podemos encontrar os grandes arranha-céus, muitos deles recentes e de referência mundial, como o edifício da CCTV, a televisão chinesa, da autoria de Rem Koolhas, projectista também da Casa da Música, no Porto.
Foi em Sanlitun que mais nos cruzámos com gente com traços ocidentais, alguns deles com ar de quem agora reside (e, muito provavelmente, trabalha) nesta zona do planeta, com as marcas internacionais e com a cena gastronómica internacional. 
Abrimos uma excepção e fugimos à cozinha chinesa, para enveredarmos pela comida do país rival, o Japão. Escolhemos o entitulado, por alguns guias de referência, melhor restaurante japonês de Pequim, o Hatsume, localizado no complexo comercial Sanlitun Village.
Num ambiente cosmopolita, desfrutamos a nossa refeição ao balcão, únicos lugares vagos neste restaurante muito procurado.
Começámos a refeição com uma sopa miso.
Avançámos para um fabuloso sashimi de salmão.
Continuámos com uns uramakis, muito saborosos, de camarão e atum.
Prosseguimos para um original e delicioso water hotpot de amêijoas num caldo de gengibre e ervas aromáticas, em que tudo se come (amêijoas) e tudo se aproveita (caldo, que se sorve).
Finalizámos com uma sobremesa, oferta da casa, um gênero de pannacota. Muito boa.
No ambiente menos chinês da nossa estadia, mas sem espaço para eventos bélicos sino-japoneses, tivemos uma óptima refeição, num ambiente harmonioso, bonito e confortável.

798 Art District

O 798 Art District, também conhecido como Dà Shanzi, é um desactivado complexo industrial construído, nos anos 50, pela Alemanha do Leste no âmbito de uma cooperação. O espaço, muito extenso, construído ao estilo funcional Bauhaus foi entretanto revitalizado e reutilizado como área artística, ocupada por galerias de arte e centros artísticos.
Neste ambiente trendy, enfervescente e criativo, a meio das nossas deambulações fizemos uma pausa para almoço.
Demos com um restaurante art friendly (cujo nome não me recordo) com uma decoração muito gira e criativa e com a mais valia de servir boa comida.
Sentámo-nos confortavelmente numas poltronas, junto a uma mesa baixa, num ambiente rodeado de quadros a decorarem o espaço e também disponíveis para venda.
Nesta atmosfera artística e inspiradora, pedimos uma maravilhosa salada de couve chinesa com alforreca,
uns originais chips de batatas com salmão, que não estavam no seu máximo por o salmão ser congelado,
e um muito gostoso prato de várias qualidades de cogumelos, vaca e pimentos.
Após a refeição retempradora, embrenhamo-nos novamente no ambiente mais artístico e criativo de Pequim.