Da Eslovénia trouxe duas memórias que entram para o top dos pratos do ano.
Sopa de cogumelos e truta fumada.
Que maravilha!
Que prazer!
A primeira incursão pela sopa de cogumelos foi em Ptuj, uma das cidades mais antigas da Eslovénia.
Localizada na zona Este do país e caracterizada pelos telhados vermelhos, esta cidade junto ao rio Drava deu-nos a primeira refeição na Eslovénia. No Gostilna Ribič, mesmo nas margens do Drava, para além de uma fabulosa sopa de cogumelos, saboreámos um prato de truta e polenta e outro de dourada com risotto.
A Eslovénia, apesar de ser um país pequeno, acaba por ter alguma diversidade gastronómica em função da sua geografia.
Nas montanhas, onde passámos parte do tempo e por onde serpenteiam os rios de águas gélidas e transparentes, comemos truta, estufados e comidas mais fartas.
Na ponta oeste do mágico lago Bohinj, no sopé dos Alpes Julianos, deliciámo-nos com uma divinal truta fumada. Foi no Gostisče Eriah, onde a truta local é rainha, que maravilhámos o nosso estômago.
Aqui, comemos também salsichas com chucrute. Pela proximidade com a Áustria é muito comum ver a oferta de pratos com salsichas.
Em Bled, onde o charme impera, comemos o original bolo de creme de Bled (kremma rezina) no Park Restaurant & Cafe. Diz-se que foi ali, neste espaço à beira do lago, que este bolo, surpreendentemente leve, de creme e baunilha ensanduichado entre duas camadas de uma fina massa folhada, foi pela primeira vez criado.
Em Bovec, na vertente sudoeste do monte Triglav, comemos um género de goulash de porco, que nos remeteu para o nosso pica-pau. Muito saboroso.
A refeição incluiu também algo parecido com uma omelete em formato redondo, com queijo e enchidos locais. Igualmente saboroso.
Apesar da boa oferta gastronómica, vivemos duas situações insólitas neste restaurante.
O dono/empregado, Croata há 30 anos na Eslovénia, curioso da nossa nacionalidade e depois de avançar com a clássica aposta na França e ajudado com a dica de sermos de um país do sul da Europa e com a quase resposta de o nosso país ser o actual campeão europeu de futebol, conseguiu responder que vínhamos da Austrália...
Ainda mais inacreditável que esta situação foi o couvert, pago (e bem pago) ao contrário da generalidade dos restaurantes, ter sido composto por duas azeitonas e duas rodelas de chouriço...e, vá lá, por um pouco mais de pão...
No sul, à beira do Adriático, na curta faixa costeira da Eslovénia, fica a encantadora Piran. Esta jóia de influência Veneziana, apresenta uma gastronomia ao estilo Mediterrâneo.
No Cantina Klet, numa praçinha encantadora e com aquele charme decadente típico das cidades mediterrâneas, existe um pequeno bar vinícolo local onde o pedido da comida se faz numa janela que dá para a cozinha.
No Cantina Klet, numa praçinha encantadora e com aquele charme decadente típico das cidades mediterrâneas, existe um pequeno bar vinícolo local onde o pedido da comida se faz numa janela que dá para a cozinha.
Num quadro preto são apresentadas algumas opções do menu. Mas, importa não nos determos só nessas opções, porque o menu apresentado na carta é bem mais vasto.
Contudo, a nossa ansiedade levou-nos a fixármo-nos apenas na oferta do quadro. Sem problemas, saímo-nos bem e estava tudo óptimo.
Contudo, a nossa ansiedade levou-nos a fixármo-nos apenas na oferta do quadro. Sem problemas, saímo-nos bem e estava tudo óptimo.
Sardinhas grelhadas e filetes de dourada com polenta. Tudo acompanhado de vinho tinto.
Este é daqueles sítios que considero imperdíveis. Encantam pela simplicidade com que se entregam.
Este é daqueles sítios que considero imperdíveis. Encantam pela simplicidade com que se entregam.
O vinho esloveno, sobretudo da região do vale de Vipava, foi uma constante nas refeições da nossa viagem.
Já na capital, em Ljubljana, aproveitámos o Odprta Kuhna, cozinha aberta em português, um mercado de comida de rua com comida local e internacional cozinhada por restaurantes da cidade.
Apostámos na comida local, designadamente em ciganska pečenka z dödöli, tiras de carne de porco com bolinhas de puré, e no doce nacional, prekmurska gibanica. Esta sobremesa, deliciosa, é feita com sementes de papoila, nozes, maçã, passas e farinha.
Noutro contexto, comemos gelado de sementes de papoila. Diferente na textura, mas óptimo no sabor.
Também em Ljubljana, na Gelateria Romantika, que o guia Lonely Planet considera o melhor gelado do mundo, saboreámos gelado de azeite de sementes de abóbora. Não sei se é a melhor gelataria do mundo, mas seguramente é muito boa.
O azeite de sementes de abóbora é um condimento único esloveno. Pode ser verde ou avermelhado, torrado ou prensado a frio, mas sempre pleno de personalidade.
É disso que gostamos.
O azeite de sementes de abóbora é um condimento único esloveno. Pode ser verde ou avermelhado, torrado ou prensado a frio, mas sempre pleno de personalidade.
É disso que gostamos.