quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe come-se.
Tem o sabor da jaca. Doce e diferente.


As suas gentes têm a cor do café e fica-lhes bem o apelido Cacau.


 

A intensidade da sua natureza é forte como o café Arábica.


É um país pequeno como o safu.


E exótico como o sape sape.


Ritmado como o som da palavra carambola.


Junto ao Equador, apresenta um clima tropical, pelo que tem ananás, goiaba, manga e papaia.




As suas praias paradisíacas estão repletas de coqueiros.


A água dos cocos refresca-nos a boca e alegra-nos o coração.


Tem a intensidade do caril. Que ali, muitas vezes, se escreve e se diz "carril". Os locais carregam nos Rês. Como se carrega o caril, ou "carril", de coco, açafrão e cajá manga, ingredientes fundamentais na confecção do caril São Tomense.

 
Caril de camarão e búzios do mar

Açafrão (à esquerda)

São Tomé tem banana. Na verdade muitas e diversas. Há, entre outras, a prata, a ouro, a paraíso e a pão.


  

 

A banana pão come-se, frita ou assada, como acompanhamento.


Tal como a fruta pão, que, no seu estado puro, parece uma bola de futebol e cozinhada, assemelha-se à batata frita.
É com o óleo de palma, que se extrai das palmeiras, com o qual se frita a banana pão e a fruta pão.


Também tem batata. Doce. Como a sua gente.


Mandioca, milho, quiabo e matabala, um tubérculo de nome pouco amistoso, estão também sempre presentes.


Tem abacates, que são bons para chuchu, legume muito utilizado também como acompanhamento.

 


São Tomé é uma ilha. Pelo que está rodeada de mar. Logo tem peixe. Muito peixe.


Peixe Andala. Vermelho. Bonito. Atum. Peixe Azeite. Barracuda. E muitos outros.
Todos excelentes e, normalmente, grelhados.


Tem também santola e búzios do mar. E búzios da terra.
O peixe também se seca, para se fazer o Calulu, prato nacional.


Com o peixe também se faz os bolinhos de peixe, picantes.

 

Tem também micócó, erva que se diz ser afrodisíaca. Aspecto fundamental na terra dos Poetas do Amor, como uma nossa conterrânea apelidou os locais, pela sua facilidade de se deslumbrarem e se meterem com as mulheres.
E erva mosquito. Que se usa na cozinha, mas não serve para espantar os muitos mosquitos que se propagam com a humidade atmosférica existente.
Com a folha príncipe faz-se o chá. Na terra do café.
Na terra do Cacau, claro, que tem que haver chocolate. Cláudio Corallo e Diogo Vaz são nomes a considerar.


A considerar também é imergirmos na culinária deste país africano, a qual é marcada pela simplicidade e alta qualidade dos ingredientes.
Nos mercados, envoltos por a efervescência típica, encontramos todos os ingredientes necessários. Tudo ali é África. Desde a cor à confusão.



Contudo, ainda se encontra alguma herança portuguesa nas pastelarias, onde nos cruzámos com um pastel de nata. Um pouco diferente no sabor, mas inconfundível no aspecto.
Sem dúvida uma marca que deixámos no mundo.