Durante a nossa estadia fomos comendo em vários locais.
Entre os que valem a pena, para além do já anteriormente referido, destaque para a Casa Museu Almada Negreiros, na Roça da Saudade.
Num alpendre com vista magnífica e desafogada para o verde das copas das árvores, fizemos uma óptima refeição.
À entrada do espaço fica o aviso, nas palavras de Almada Negreiros, que ali nasceu, "A alegria é a coisa mais séria da vida".
Abordando coisas sérias, que é como quem diz alegres, vamos ao menu que por lá fizemos, composto por duas entradas, um prato principal e uma sobremesa. Tudo acompanhado por um sumo natural com as frutas locais.
O início fez-se por um prato composto de diversas propostas, como fruta pão, pepino e búzios, omelete com atum fumado e coentros, chuchu com micócó, uma erva local afrodisíaca.
O momento seguinte foi peixe Andala, da família do espadarte, com beringela, quiabo, cebola, matabala e azeitonas com baunilha.
De seguida, saboreámos, como prato principal, lussua, que se trata de um género de espinafres, banana pão, caril, feito de gengibre, açafrão e manga verde, de peixe (espadarte e atum), arroz de abóbora e erva mosquito.
Terminámos com um bolo de cacau, ou não estivéssemos na terra deste fruto.
O restaurante tem como filosofia apresentar a gastronomia e os ingredientes da terra. Fazem-no de uma forma simples, bonita e simpática. O local é privilegiado, a comida bem confeccionada e o serviço atencioso e cuidado.
Outro local que deve fazer parte do roteiro gastronómico é o Mionga, em São João dos Angolares, junto ao rio que vai desaguar à praia de Santa Cruz.
O dono é um antigo empregado da Roça São João dos Angolares, um pouco mais acima.
Por ali tudo é simples e saboroso.
Começámos com sopa de feijão e bolinhos de arroz. De seguida prosseguimos para peixe grelhado acompanhado por arroz, banana pão, chuchu e matabala.
Como sobremesa comemos calda doce de papaia.
No Celvas, em Guadalupe, apesar do preço despropositadamente elevado da refeição que por lá fizemos, destaque para os bolinhos picantes de peixe e para a mousse de sape-sape.
No restaurante do Praia Inhame Eco Lodge, onde passámos uns dias, fizemos várias refeições. Destaque para a salada de polvo e a omelete de micócó.
Destaque ainda para o primor do jantar do dia dos namorados, no qual houve um cuidado especial com o buffet apresentado. Leitão no espeto, peixe, polvo, vários acompanhamentos, frutas, bolos e muitas outras iguarias. Estava tudo óptimo, o que conjugado com a atmosfera local, potenciada pelas mesas no areal, a música ao vivo e a boa disposição geral, fizeram uma noite memorável.
Na ilha das Rolas vale a pena ter a experiência de almoçar na praia Café, numa refeição feita à base de peixe, preparada pelos locais.
Em São Tomé, a capital, é imperdível ir à Chocolataria Diogo Vaz abastecermo-nos de chocolates e comermos um dos doces ali fabricados. Recomendamos o brownie.
Também é uma excelente opção comer no Paraíso dos Grelhados, uma esplanada na marginal da Baía Ana Chaves. Fomos à noite e a luz é muito ténue, mas o possível desconforto de ver o que estamos a comer é compensado pelo conforto da comida, espectacular, a entrar na nossa boca. Os pratos são soberbamente servidos e os preços foram dos mais baixos que pagamos.
Por fim, vale a pena ver a comida na arte no Museu Nacional e no Centro Cultural CACAU - Casa das Artes, Criação, Ambiente e Utopias.