terça-feira, 27 de outubro de 2015

Coimbra | Correr Atrás de Comida

Uma cidade. Coimbra.
Um rio que a banha e que a separa em duas. O Mondego.
Na margem Oeste do Mondego fica Santa Clara. Na parte baixa, Santa Clara-a-Velha. Na parte alta, Santa Clara-a-Nova.
Na margem Este do rio, fica o centro de Coimbra, composto pela Baixa e pela parte Alta.
Numa margem, na canhota, fica O Cordel. Lá no alto de Santa Clara-a-Nova.
Na outra margem, na direita, fica o Tapas nas Costas. A meio caminho entre a Baixa e a Alta de Coimbra, na Rua do Quebra Costas.
Em comum, são restaurantes petisqueiros. Dos bons.
O Cordel apresenta-se de uma forma simples mas cuidada. Entre a sala lá de casa e a mercearia lá do bairro. Ou seja, está no campeonato da comida de “conforto”.
A oferta, expressa numa ardósia em ponto grande, faz-se através de petiscos, mas também de alguns pratos principais.
Apostámos na veia petisqueira. De arranque, após umas azeitonas e pão soberbo, vieram codornizes com sabores de Outono, isto é, puré de castanha. Deliciosas.
Sem mais demoras, degustámos uns cogumelos gratinados. De seguida uns, substanciais, ovos mexidos com farinheira.
Antes do desfecho adocicado, rematámos com um pica-pau de vitela.
No capítulo doçura, refastelamo-nos com uns soberbos papos de anjo com gelado de tangerina e com um delicioso bolo de nozes com doce de ovos.
Finito.
Este Cordel não tem nós.
No Tapas nas Costas, foi onde recuperámos as energias após os 10 km inseridos na meia-maratona de Coimbra.
Com uma decoração de bom gosto, a carta é igualmente feita de propostas cheias de qualidades.
Para começar, designação da carta, entusiasmamo-nos com umas azeitonas maravilhosas e com uma combinação de pães estupendos.
No capítulo do a estas não se vira as costas!,  seguimos à risca e tivemos um tête-à-tête com um novilho braseado. A carne, de grande qualidade, estava no ponto. Como bónus, a acompanhar, tivemos ainda umas tirinhas de cebola frita estonteantes.
Ainda no mesmo capítulo, aquele que não se vira as costas!, aconchegámos o estômago com ovos com alheira de caça e grelos.
Estás aqui estás a comer... Diz a carta e é verdade. Por isso não nos escaparam o salteado de cogumelos salteados nem a deliciosa combinação de beringela com mozzarela e tomate.
Como há mar e mar, há ir e provar, chegou à mesa o prato mais surpreendente. Um mil folhas de bacalhau à Brás, feito com massa filó. Irrepreensível na feitura e no sabor. 
No último capítulo fechámos com duas sobremesas. Um muito bem conseguido e delicioso leite creme de tomilho com redução de moscatel e um guloso crumble de maçã e canela.
Não me parece que Coimbra tenha mais encanto na hora da despedida.